sexta-feira, 28 de maio de 2010

Visita a Porto Santo


A ilha que nós somos

Não é fácil desligar o que nos une à ilha do Porto Santo. Agora e aqui não é fácil escrever a última mensagem deste blogue. Felizmente esta net que nos une não se intercala com interruptores ou cliques. Sim, o tesouro descoberto aqui permanecerá, num eterno 28 de Maio de 2010. O dia em que levantámos vôo e regressámos. Deram-nos... deram-lhes asas.
Afinal que tesouro descobriram na ilha? Inquietam-se à nossa volta e perguntam-nos. Bastará dizer, para alguns, que esta é a ilha dourada e que, por isso mesmo, já vale ouro. E, de facto, são cada vez mais os que a descobrem. Pessoalmente, descobri-a em 2004. Agora, explorei-a e conhecia-a.

Sendo cada um dos alunos uma ilha de potencialidades, há outros tesouros a descobrir e a descobrirem-se. Na ilha aprende-se... a reflectir, repousar, sonhar,  seleccionar...
Como nem tudo o que vem à rede (de pescador e virtual)  é pescado, é nossa responsabilidade apoiar e fortelecer os pontos de contacto e os nós que nos interrelacionam e que os distinguem.

A Escola, O Museu, A Administração, A Câmara são cais e barcos nesta viagem de vai-vem, que lançam e enlaçam estas redes.
Também concordo Rosa, há mais palavras, acções e sentimentos numa ilha do que no mar imenso, em que tudo se perde e banaliza, cada vez mais os próprios laços e origens humana e natural. Urge incentivar, empreender, cuidar e preservar.

A ilha de Porto Santo é um ambiente único, nativo, preservado e cuidado. Mostrem-no, desfrutem-no, mantenham-no! Agradecidos, contactaremos e voltaremos.


Segundo Morin "não há espaço em que o conhecimento esteja tão fragmentado e estanque como numa escola"; O derrube desse emparcelamento faz-se com a realidade, com a ligação ao meio, com a experiência vivida e com a tranversalidade natural. A facilidade de acesso a toda a informação veio segmentar ainda mais o conhecimento e escorre-o para uma crescente virtualidade e passividade. É, por isso, primordial activar mecanismos que, de facto, nos liguem ao mundo, à nossa e a outras culturas, à realidade e à sustentabilidade. Ou seja, digo, ao AMBIENTE e às suas múltiplas éticas e visões.
A ilha que nós somos é a turma do ambiente!

Rui Pires
Director do Curso Profissional
de Técnico de Gestão do Ambiente
EB2,3/S da Chamusca

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Águas balneares

A qualidade das águas balneares em Porto Santo tem sido classificada, no mínimo, como boa. Esta água tem uma temperatura média anual de 19-20ºC.

As águas balneares são abrangidas pela Directiva 76/160/CEE e pela directiva 2006/7/CE.

As areias das praias de Porto Santo não são areias comuns, são areias que provêem de um recife de moluscos. Através da erosão das suas conchas formaram-se estas praias de uma espantosa beleza, pelo que as areias têm origem biogénica. As características das areias da praia de Porto Santo conferem-lhes mesmo propriedades terapêuticas, já comprovadas por algumas universidades.
A Praia de Porto Santo tem uma enorme procura por parte dos turistas e é uma das candidatas às 7 Maravilhas Naturais de Portugal cujo resultado será divulgado a 11 de Setembro.

Embora a qualidade das águas balneares do Porto Santo seja boa, esta época balnear apenas concorreram com 100 m de praia para ter bandeira azul. Isto devido aos encargos com nadadores salvadores (mínimo necessário por cada 100 m – dois).

André e Bernardo

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Centro de Processamento de Resíduos Sólidos do Porto Santo

    Hoje fomos visitar o “Centro de Processamento de Resíduos Sólidos do Porto Santo”, onde ficámos a conhecer as várias fases pelas quais passam os resíduos até serem encaminhados para o Funchal, através do navio Lobo Marinho. Em Janeiro é utilizado o aterro de emergência deste centro devido à falta de transporte causado pela paragem do “Lobo Marinho” para manutenção.

    A recolha e encaminhamento de resíduos sólidos urbanos tem  gestão dividida entre a Porto Santo Verde e a Valor Ambiente. Ao longo da ilha de Porto Santo encontram-se distribuídos cerca de 78 ecopontos, onde são depositados os vários tipos de resíduos. Devido à elevada taxa de ocupação durante a época alta, o número de toneladas de resíduos, principalmente no mês de Agosto, aumenta para mais do dobro (de 300 ton. para 650 ton.), aumentando também o número das equipas que trabalham na fábrica (de 3 para 5 equipas).
A recolha de resíduos abrange 100% da população, existindo um ecoponto por cada 50/60 habitantes.
Um dos problemas na recolha de resíduos verdes está relacionado com a falta de espaço para a deposição destes resíduos nas instalações da empresa.

Processamento

    Os resíduos deitados nos ecopontos, quando recolhidos, são encaminhados para o centro de processamento, onde à chegada são pesados através de uma báscula (balança) e, seguidamente, enviados para um contentor de elevada dimensão, de onde seguem por uma passadeira em que são separados com o auxilio dos funcionários. No fim da separação, os resíduos são encaminhados para uma máquina, onde são compactados, formando fardos de resíduos.
   Para retirar os maus odores dos resíduos sólidos urbanos indiferenciados, o ar das instalações  é extraído  para um leito de casca de coco, que permite uma boa absorção. Esses resíduos são encaminhados para o navio, dentro de contentores fechados.
O material rejeitado da separação é pesado e encaminhado para incineração que também ocorre no Funchal. Já a sucata, parte dela, é compactada e levada por um sucateiro.

  Normalmente, entre Janeiro/ Junho e Outubro/ Dezembro é transportado em média um contentor de RSU por dia, aumentando esse número para três entre Julho e Setembro. Aproximadamente de 4 em 4 meses, são encaminhados cerca de 2 contentores de diversos resíduos para o continente.

Andreia e Rafaela

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ecoteca do Porto Santo

Depois de termos visitado o campo experimental agrícola do Porto Santo passámos por um espaço lúdico-pedagógico com o nome de Ecoteca.


A Ecoteca é um espaço didáctico e pedagógico de informação, sensibilização e formação sobre o ambiente, concebendo, realizando e apoiando programas de educação ambiental. Este espaço foi inaugurado no âmbito das comemorações dos 10 anos de educação ambiental no Município do Porto Santo, dispõe de uma Biblioteca com sala de leitura, mediateca com acesso à internet, laboratório destinado à realização das experiências educativas e ainda um espaço exterior amplo para realização de actividades ao ar livre. Nesta realizam-se: oficinas de reutilização de materiais, visitas de estudo, organização de festas de aniversário e ainda uma pequena horta, na qual os meninos do 1º ciclo participam directamente.
Durante a visita a este espaço visitámos a horta, construída por crianças e seus tutores, assistimos a uma apresentação sobre a formação da ilha e conhecemos os vários tipos de rochas correspondentes às três fases dessa formação. Finalmente, observámos ao microscópio a constituição das areias de Porto Santo.

 
  Ana Dias e Rafaela Dinis

Campo agrícola experimental

    Hoje terça-feira dia 25 de Maio, fomos ao edifício dos antigos paços do concelho, onde, primeiro, a nossa turma apresentou o curso e a vila da Chamusca e de seguida assistimos a duas palestras, uma sobre os aspectos do clima, solo, vegetação e geologia, e outra sobre a rede de áreas marinhas protegidas do Porto Santo. À tarde visitámos um campo experimental de agricultura e a Ecoteca.



Agricultura em Porto Santo

   A ilha do Porto Santo já foi bastante produtiva a nível agrícola, nomeadamente no cultivo de cereais, melancias, meloas e vinha. Actualmente é uma ilha que depende do exterior. Na região os grandes responsáveis por este facto são o clima (pouca precipitação) e o solo que não permitem produzir de tudo, mas o que é produzido tem um sabor muito característico.

    No campo visitado não se trata propriamente de agricultura biológica,  mas tentam evitar ao máximo o uso de químicos, utilizando a compostagem da matéria verde. A agricultura biológica requer o cumprimento de muitos cuidados e regras. Aqui, devido aos danos causados pelo vento, as culturas plantadas são apenas vinhas, figueiras, romãzeiras, pitangueiras e alfarrobeiras. Quanto ao solo este é muito rico em potássio e cálcio, daí as características das plantações serem únicas. A água para rega vem de uma nascente que em tempos abasteceu a população antes da existência da central dessalinizadora. Também captam água da chuva que vai para o poço (até a água do aeroporto). Estes são os dois sistemas de captação de água. A rega das vinhas faz-se gota a gota o que diminui as perdas de água.

   As principais dificuldades enfrentadas são a carência de água potável e mau armazenamento da mesma pelo solo. Ao longo dos anos a ilha sempre foi vítima de secas.
   Em Porto Santo a festa da vinha realiza-se no final de Agosto, ou seja, mais cedo do que em Portugal Continental.
   No final da visita algumas pessoas provaram o vinho produzido localmente e falou-se da possibilidade de trazer as castas Listrão e Caracol para a Chamusca.


  Patrícia

Clima, solo, vegetação e geologia

Caracterização da ilha
- Ilha de origem vulcânica;
- Superfície: 42km2 ;
- Clima semi-árido;
- Descoberta por navegadores em 1419;
- Descrição da ilha pelos primeiros navegadores – “Viçosa com uma vegetação original”;
- Deficiente retenção de água da chuva, devido ao solo infértil;
- Desde o século XV são feitas referências à necessidade de combater a elevada erosão dos solos.


Caracterização do coberto vegetal
- Espaços nativos do coberto arbóreo e arbustivo, (que existiam antigamente), como:

  • Oliveira Brava;

  • Marmulano; 

  • Zimbreiro (praticamente extinto da ilha);

  • Urze;

  • Loureiro;

  • Barbusano;
- Actualmente os endemismos e vegetação nativa encontram-se em sítios pouco acessíveis, por exemplo, nos picos.


Reflorestação da Ilha
- Para combater o problema da desflorestação e desertificação do solo foram introduzidas espécies exóticas, como:

  • Pinheiro do Alepo;

  • Pinheiro Bravo;

  • Cedro do Monterey .
- Desde o início do século XX que são desenvolvidos esforços para a reflorestação de alguns picos da ilha.


Vantagens da utilização das espécies nativas/indígenas na florestação dos espaços verdes públicos
 - Manutenção da biodiversidade, mais barata;
 - Não utilização de pesticidas;
 - Maior resistividade a pragas, pois as espécies estão mais adaptadas a todos os factores abióticos da ilha.


Para mostrar à população o que a ilha tem de melhor são desenvolvidos projectos, para que todas as pessoas tenham um maior contacto com a realidade natural da ilha. Especial destaque para o futuro GeoPark:

- O Geoparque Porto Santo é aspirante a Geopark europeu pelo que a aceitação da candidatura de Porto Santo à rede europeia (EGN) e rede global (GGN) de Geoparks passa, no entanto, pelo atingir de várias etapas intermédias, nomeadamente a de ser reconhecida como Geoparque Regional e Geoparque Nacional;

- Só com um conhecimento perfeito sobre o que é um Geopark Europeu se pode tomar a decisão, de modo fundamentado e consciente, por todos os que, forçosamente, terão de ser intervenientes no processo (População, Autarquia,Privados).


- No Geopark do Porto Santo vamos encontrar os Geossítios, tais como:

1- Pico da Ana Ferreira; 2 - Morenos; 3 - Zimbaralhinha; 4 - Ilhéu da Cal; 5 - Ilhéu de cima; 6 - Ilhéu de cima; 7 - Serra de Fora; 8 - Baião-Navalhão (serra de fora); 9 - Níveia Fossilíferos; 10 - Pico Branco (Serra de cima); 11 - Pico da Cabrita (Serra de dentro); 12 - Pontos das Salemas (Camacha); 13 - Fonte da Areia (Camacha); 14 - Praia (areias biogénicas carbonatadas fossilíferas).

Áreas protegidas:

  • Ilhéu da Cal;

  • Ilhéu de Fora;

  • Ilhéu da Fonte da Areia;

  • Ilhéu do Ferro
Mário Pereira

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Visita à ilha

Da parte da tarde fizemos uma visita de autocarro pela ilha de Porto Santo e vimos três locais de interesse geológico dos treze que a ilha possui. É com eles que Porto Santo está a tentar candidatar-se a Geoparque europeu. Um dos locais visitados, Pico da Ana Ferreira, mostrou-nos um dos fenómenos geológicos mais impressionantes e característicos das regiões vulcânicas, uma disjunção prismática colunar que se formou através de uma pluma térmica.
Depois de subirmos ao Pico da Ana Ferreira parámos uns minutos no campo de golfe, onde tomámos uma bebida.
Os restantes locais visitados eram também muito bonitos, como o Pico do Castelo e a Fonte da Areia.
Já de regresso ao centro da cidade observámos ao largo a praia da Calheta.
Inês e João Paiva

Central de dessalinização

Hoje começámos o dia com uma visita a um dos locais mais importantes para a população de Porto Santo, a central dessalinizadora de Porto Santo.
Esta central capta água do mar e transforma-a em água potável abastecendo toda a população de através de um processo designado por osmose inversa. Este processo retira à água quase todos os seus constituintes produzindo uma água bastante pura.

Iremos agora, com o auxílio de fotografias tiradas por nós, explicar sucintamente o funcionamento, as etapas e a história.

Começámos por ouvir as regras de segurança da estação, informando-nos de como esta funcionava e de como era gerida.

Aqui encontra-se armazenada a água do mar, parcialmente filtrada através das rochas existentes no local



Estes são os motores que levam a água para o processo de osmose inversa



Estas são "as membranas" responsáveis pela osmose inversa, que são permeáveis à água mas não aos seus outros constituintes



Os motores que impulsionam a água através das membranas, a altas pressões







Após uma filtração a altas pressões, através de quatro "membranas" em série, a água divide-se em dois cursos, um em que a água já é potável mas ainda não pronta para consumo e outro em que a água não filtrada vai fazer girar uma turbina, devido à alta pressão com que sai, de forma a produzir mais energia eléctrica para aumentar o rendimento e a potência destes motores.
Estes tanques contêm alguns minerais (brita calcária) e pedaços de rochas de forma a reminarelizar a água, para efeitos de correcção de pH e de introdução de iões essenciais para minimizar a corrosão de materiais e melhorar a qualidade da água.
Inês e João Paiva

domingo, 23 de maio de 2010

Casa Colombo

No segundo dia da nossa estadia, encontrámo-nos todos à porta da pousada, seguimos para o centro da cidade onde tomámos o pequeno-almoço, de seguida fomos com a professora Rosa visitar as matamorras e o Museu de Porto Santo - Casa Colombo.

As matamorras são "buracos" no chão onde antigamente se guardavam os cereais para os proteger da humidade e de alguns animais como ratos e coelhos, pensa-se que as mulheres e crianças se escondiam dentro das matamorras quando havia invasões de piratas. A Casa Colombo é assim chamada pois pensa-se ser a casa de Cristóvão Colombo quando passou por Porto Santo e onde nasceu o seu primeiro filho, Diogo Colombo.


Na sala Expansão Portuguesa observámos o Elmo que simboliza o poder militar para o estabelecimento e manutenção das conquistas, a Cruz Processional que evoca a importância da expansão da fé cristã como argumento das novas descobertas com o reconhecimento papal e a Estante Missal que é um suporte para o livro sagrado.
Na sala Colombo e a Expansão Espanhola visualizámos uma garrafa que é o exemplo da aculturação e progressivo domínio colonial espanhol, uma bandeja de prata mexicana, os diferentes retratos de Cristovão e as quatro viagens que realizou para descobrir o que pensava ser a Índia.
Numa outra divisão, a sala do Galeão Slot ter Hooge, vimos artefactos, descobertos por Robert Sténuit, do navio Slot ter Hooge que naufragou na Baía do Guilherme devido a uma tempestade.
No Serviço Educativo podemos também observar uma réplica do barco que antigamente fazia a ligação entre Porto Santo e a Madeira.





Bandeja


Galeão Slot ter Hooge






Réplica do barco que fazia a ligação Porto Santo - Madeira



De tarde fomos para a praia onde conversámos, jogámos à bola e aproveitámos as belas águas de Porto Santo para dar uns mergulhos.

Fotos retiradas de: www.museucolombo-portosanto.com

Vera e Diogo

sábado, 22 de maio de 2010

Flora de Porto Santo

O Pico Branco é o segundo ponto mais alto da ilha de Porto Santo e o seu nome deve-se à existência neste pico de uma grande variedade de líquenes que cobrem as rochas e lhe conferem um aspecto branco.


De entre as espécies vegetais observadas e características da flora porto-santense destacam-se:
• Massaroco (Echium nervosum)


• Goivo-das-rochas (Matthiola maderensis Lowe)


• Cabeleira-de-coquinho (Lotus loweanus) Espécie endémica de Porto Santo

• Selvageira (Sideritis candicans Ait.var. multiflora (Bornm) Mend.- Heuer) Espécie endémica de Porto Santo. Esta planta é bastante utilizada na medicina popular pelos habitantes locais. É preparada em infusão ou cozimento de folhas e, também, de flores. Usa-se, principalmente, como digestiva, estomacal e nas perturbações intestinais.

• Losna (Artemisia argentea L´Her)


• Urze-das-vassouras (Erica platycodon (Webb&Berthel.)

• Barrilha (Mesembryanthemum crystallinum). Esta espécie era seca ao sol e utilizada para a produção de pau de sabão.




• Ensaião (Aeonium glutinosum)


• Trevina (Lotus glaucus var. glaucus)


. Perpétua branca (Holichrysum melaleucum)



Plantas invasoras:
• Chicória


• Tabaqueira (Nicotiana glauca)



• Azeda


O símbolo da câmara municipal é o dragoeiro (Dracaena draco), espécie arbórea presente em grande quantidade aquando da descoberta da ilha.



Relativamente à fauna da ilha destacamos pela grande quantidade e diversidade os caracóis, as lagartixas, as aranhas e os coelhos (praga).

Professoras Isabel Horta e Fernanda Cruz

Caminhada à Terra Chã

O nosso primeiro dia em Porto Santo começou bem cedo com uma palestra sobre a flora de Porto Santo seguida de um percurso pedestre ao Pico Branco e à Terra Chã. Ambas as iniciativas assinalaram o Dia Internacional da Biodiversidade que se comemora nesta data.
A palestra intitulada “Porto Santo – flora e vegetação” teve como orador o Dr. Roberto Jardim, biólogo e ex- director do Jardim Botânico da Madeira, que nos acompanhou durante o percurso pedestre que se seguiu, onde foi possível identificar muitas das espécies vegetais de Porto Santo.

O Pico Branco e a Terra Chã são locais situados a nordeste da ilha de Porto Santo que integram a Rede Natura 2000 (rede europeia de sítios de interesse comunitário), Directiva Habitats, devido à existência de flora e fauna endémica. Nesta área da ilha de Porto Santo encontra-se a maior quantidade de flora indígena (essencialmente herbácea) melhor conservada, por se encontrar protegida pelo relevo abrupto. Este espaço está a ser alvo da atenção das autoridades locais através de iniciativas de recuperação e preservação da flora endémica proporcionando uma revitalização da paisagem a médio e longo prazo.

Há escolas que são asas e "eles"... aprendem a voar

O Projecto Porto Santo: Um Tesouro a Descobrir nasceu de uma ideia do Prof. Rui Pires visando, inicialmente, um intercâmbio entre a "Turma do Ambiente" do Curso Técnico e Gestão do Ambiente da Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos c/ Ensino Secundário do Agrupamento Vertical de Escolas e Jardins de Infância do Concelho da Chamusca e o Serviço Educativo da Casa Colombo - Museu de Porto Santo, com o objectivo geral de proporcionar aos estudantes o conhecimento do património ambiental e cultural da cidade de Porto Santo.
A denominação deste Projecto Educativo surge-nos porque concebemos a missão educativa e museológica do Museu onde trabalhamos naquele sentido em que o Relatório Delors para a Educação no Século XXI a define:

Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se à volta de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão dalgum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as actividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra os três precedentes. É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contacto, de relacionamento e de permuta. (DELORS et al, 2001, p 77)

A visita de estudo a Porto Santo proporciona a este grupo de alunos, a possibilidade de concentrar várias actividades de interesse do curso e dos respectivos módulos de leccionação, num território com características muito próprias.
Durante o período de 21 a 28 de Maio de 2010 a “Turma do Ambiente” é recebida pela DRAPS (Direcção Regional para a Administração Pública do Porto Santo) através do Serviço Educativo da Casa Colombo, em parceria com a Câmara Municipal do Porto Santo e o Projecto Eco – Escolas.
Na nossa perspectiva a educação para um mundo sustentável resultará tanto mais se, em conjunto, soubermos construir conexões múltiplas entre a natureza e a cultura; uma cisão que se edificou durante séculos sob a égide da superioridade e soberba da “razão humana”. Ora, aquilo que o Rui, a Fernanda, a Isabel [desculpem a intimidade…], as alunas e os alunos desta escola, estão fazendo connosco é um caminho de aproximação à sustentabilidade da vida: sair do isolamento teórico e abstracto da sala de aula e mostrar o que nunca se viu, o mundo… a vida! A vida que urge, afinal, preservar.


Pela nossa parte não mais se quebrará este laço, porquanto, se existem milagres educativos, eles emergem quando vemos o que nunca havíamos tido possibilidade de ver.

Como diz (cito de memória) um amigo:


Há mais poesia numa ilha

do que

no mar imenso.

Rosa Oliveira
(Serviço Educativo da Casa Colombo)